sábado, 25 de janeiro de 2014

EMPREENDEDORISMO NO MUNDO DO TRABALHO

Ninguém nasce empreendedor. O empreendedor faz -se a si mesmo, embora haja fatores que podem contribuir para que um indivíduo seja um verdadeiro empreendedor. Quais são esses fatores?Por exemplo são fatores inatos de personalidade: a influência e história familiar próxima, a vivência num meio onde as relações sociais e profissionais são mais propensas a tal, em virtude de experiências pessoais e profissionais passadas, a formação académica, ou por necessidade. Serão esses fatores absolutamente determinantes? Por vezes o fato de terem suporte financeiro e familiar, não representa nada se faltarem as ideias, a vontade ou capacidade de as concretizar. De qualquer forma, acredito que, o que mais determina o sentido de empreendedorismo dos indivíduos, será em primeiro lugar,os seus traços de personalidade, sendo esta característica gerada pela influência familiar, experiências sociais, pessoais e profissionais vividas.
Se nos centrarmos em concreto no empreendedorismo, como a criação e desenvolvimento de um projeto empresarial, a conceção de uma ideia que diga respeito  ao surgimento de algo na cabeça do empreendedor que, se pode consubstanciar no desejo e vontade de criar uma empresa, essa ideia pode surgir de várias origens: a deteção de uma oportunidade de mercado, a aplicação de capacidades e experiência profissional adquiridas, hobbies pessoais, invenção criada pelo próprio, ou paixão por uma determinada atividade. Qualquer que seja essa ideia, esta tem acima de tudo, que ser realista e ajustada ao mercado onde pretende prosperar. É neste contexto que deve ser desenhado o perfil da empresa, tendo em conta o perfil do empreendedor. Por isso este deve ter em conta uma diversidade de aspetos na fase de arranque do seu projeto, como sejam:
  • A sua experiência no negócio;
  • A adequação da sua formação profissional ao projeto;
  • O tipo, dimensão e maturidade do mercado onde pretende entrar;
  • O tipo de concorrentes existentes;
  • O perfil do consumidor;
  • As características do produto ou serviço que pretende oferecer;
  • As suas necessidades de financiamento;
  • A capacidade e as fontes disponíveis para financiar;
  • Os apoios disponíveis à sua atividade.
A regulamentação da atividade, se a houver, para além de outras condições como o capital necessário, quem, quantos e quais, são os objetivos do projeto, a localização da empresa, o tipo da de licença para operar, entre alguns outros.
Acima de tudo, importa perceber se o mercado reconhece a importância e a necessidade da sua oferta e se é exequível a criação e o desenvolvimento do negócio, tal qual foi pensado.
O crescimento económico induzido pelo reforço da produtividade das empresas, levando o país a produzir mais, a exportar mais, a criar mais emprego e riqueza, são indispensáveis ao empreendedorismo. Basta enveredar pelo caminho da reindustrialização, como medida para a recuperação económica do país, para que consigamos tornar Portugal mais competitivo e criador de riqueza, o que levará a ultrapassar as atuais dificuldades. Contudo, por vezes, é falaciosa esta medida de recuperação porque, para existir mais industrialização, são necessários mais empresários  e  porém, o país não é dotado de um leque suficiente de empresários que possam pôr em prática, em poucos anos, o objetivo da reindustrialização.
Quanto à criação de riqueza e de emprego, as limitações da reindustrialização moderna são significativas:por um lado, a falta de capital com que os empresários iniciam as suas atividades e o escasso acesso ao crédito por parte das micro e pequenas empresas. Por outro lado, a fuga das empresas multinacionais do país deslocalizando-se para o oriente, ou encerrando atividades devido à crise. Mas Portugal tem outras competências, como sendo um país de serviços para a indústria. As suas boas infra- estruturas de comunicação, o conhecimento, a formação e o ecletismo do povo, podem permitir ao país, atrair indústrias que concentrem aqui conhecimento, tecnologia e informação designados shared services centers. Desta forma teremos em Portugal, a criação de empresas multinacionais, de emprego e de riqueza e condições para competir com outros países. Por isso, o país tem que ser capaz de captar o investimento, através de um quadro fiscal favorável, pouco agressivo e especialmente estável, bem como de um sistema burocrático e administrativo leve. Empreender em Portugal passa por um grande investimento na educação e formação, desenvolvimento de novas competências, aumento da produtividade e competitividade em termos internacionais. Do calçado ao design, da arquitetura à moda, do artesanato aos espetáculos, Portugal tem competências únicas e condições para atrair novas pessoas evitando assim a fuga dos cérebros. É essencial divulgar lá fora o que de bom e positivo temos vindo a construir nos últimos anos. Os casos de sucesso desenvolvidos internamente em setores, como os da tecnologia de informação,genética e biotecnologia são exemplos de sucesso, onde podemos encontrar empresas que procuram investigação na procura de medicamentos aplicados na cura de doenças contra o cancro. Portugal tem também a oferta turística que representa um fator de crescimento económico e de competitividade.
Por outro lado, a Índia é uma oportunidade de negócio para as empresas portuguesas. A relação entre Portugal e A Índia são "excelentes". Num canto da Europa, Portugal parece ponderar sobre a imensidão indiana, pela sua diversidade e potencialidades. No encontro que decorreu na capital portuguesa "Portugal Índia Business Relations", mostrou a vasta gama de possibilidades de entrada de empresas portuguesas no mercado indiano.É de recordar as palavras do líder do FMI: a Índia é o "bright spot of world economy". Numa altura em que a economia indiana se está a abrir ao mundo, com abertura de investimentos externos e com um ambiente mais propício ao setor privado, a que se junta a forte aposta no conceito de facilidades para fazer negócios, o "made in Índia" é evidente, sendo a previsão do crescimento do PIB da  Índia para 7,4% no período 2014- 2015, pelo que pode ser um chamariz para as empresas portuguesas. Há uma clara área onde as potencialidades de investimento são evidentes(turismo,cortiça,papel,calçado,tratamento de resíduos, energias renováveis, indústria química e alimentação),  e as empresas portuguesas irão surgir integradas numa estratégia de conquista do mercado indiano.

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