sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

QUANTITATIVE EASING DO BCE

O primeiro passo para disparar o Quantitative easing (QE) é imprimir dinheiro. É um processo elétrónico. Os bancos centrais criam novo dinheiro aumentando automaticamente o seu balanço através da compra de ativos como dívida pública. No caso do QE europeu os 19 bancos centrais da Zona Euro ficarão responsáveis pela compra desses títulos. Por outro lado, os bancos comerciais aceitam vender os seus títulos de dívida e recebem em troca dinheiro acabado de criar. Com essa transação libertam recursos que podem utilizar de várias formas, existindo três caminhos principais: comprar outros ativos, como ações, dar mais crédito às famílias ou dar mais crédito às empresas. O caminho mais certo, passa por usar esse dinheiro para ceder mais crédito às empresas, idealmente a condições mais favoráveis. As empresas utilizariam esse financiamento para acelerar a recuperação do investimento.
A desvalorização do euro ajudará as empresas exportadoras europeias a vender mais, ficando as compras ao exterior mais caras.
Os bancos podem optar por conceder crédito ás famílias, em vez de doarem mais empréstimos a empresas interessadas em investir. Este caminho também ajuda a economia e a inflação, mas não é o mais desejável para países dependentes do consumo privado, ou com famílias muito endividadas. Ora mais investimento e mais consumo dão uma ajuda significativa ao crescimento da economia. As empresas aumentam as vendas e ganham margem para aumentar a produção ou para investir ainda mais.
A teoria económica do QE passa pelos seguintes passos:
1- A quebra na procura - inflação baixa- é sinal de que não há dinheiro suficiente na economia real. Assim, o BCE,vai comprar títulos da dívida pública com novo dinheiro;
2- As compras do BCE  vão ter como ator alvo, títulos que já estão nas mãos dos privados - bancos, seguradoras, fundos de pensões e até empresas não financeiras. Ao fazê -lo, os preços dos títulos sobem - mais procura - reduzindo os lucros potenciais dos mercados, ficando menos atrativos.
3- Com menos lucro potencial nestes títulos, os detentores dos mesmos perdem algum incentivo para manter estes investimentos, redirecionando o seu capital para outro tipo de ativos (ações, obrigações), mais poupança ou aumentos de capital de bancos.
4- Ao haver esta libertação de recursos aplicados em dívida pública, em especial nos bancos, estes recuperam capacidade de financiamento à economia, o que na teoria resultará em créditos à economia real - empresas e famílias- a juros mais baixos. Além disso há ainda o potencial crescimento das poupanças que também reforçarão os capitais que a banca pode emprestar.
O BCE tem como objetivo o seguinte: se os juros estão mais baixos e há mais dinheiro disponível para investir, haverá também maior disponibilidade para a criação de emprego, melhorias salariais e até redução nos custos de endividamento.
Será que o programa do BCE se traduz em crescimento económico?
 A compra de obrigações soberanas, taxas de juro mais baixas, euro mais fraco, queda do preço do petróleo ,teem consequências benéficas para Portugal, nomeadamente, uma maior confiança na economia, um aumento de investimento, redução das taxas de juro no mercado de crédito, exportações impulsionadas pelo euro mais fraco e pela melhoria da situação de outros países europeus, serão boas notícias.
Continua a ser urgente tornar o mercado português atrativo para as empresas nacionais e ajudar a que estas se dotem de capacidade de governação e transparência e reporte necessários à sua essencial admissão ao mercado.
O mercado único de capitais terá um impacto positivo no crescimento das empresas e na criação de mais emprego, tornando a Europa numa economia mais competitiva a nível mundial
Os objetivos do mercado único de capitais estão bem definidos:
1. A Comissão Europeia pretende que deixem de existir barreiras na obtenção de financiamento noutros países da Europa;
2. Acabando com as barreiras que existem ao financiamento além - fronteiras, a meta será de que todas as empresas dos países membros consigam ter acesso ao crédito de que necessitam;
3. Com o mercado único de capitais a funcionar, as empresas poderão passar a recorrer ao mercado únco, para obterem financiamento. Deixam assim, de estar tão dependentes do financiamento, através do setor financeiro, podendo ainda beneficiar de custos mais baixos.
4. Com empresas a financiarem -se mais facilmente, e também com custos inferiores, estas poderão acelerar o seu crescimento, e, neste sentido, fomentar o crescimento da economia e criar mais emprego na Europa.
5. Com as empresas a terem porta aberta a financiamento nos mercados, as PME, poderão também vir a ter um acesso mais fácil ao crédito.
6. Com o mercado único, a Comissão Europeia acredita que será mais fácil para a União Europeia atrair mais investimento do Resto do Mundo e tornar-se mais competitiva.

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